KID VINIL

O Adeus ao Herói do Brasil 
Por Max Merege


     



 Eu ainda estava na primeira série e já sabia de cor e salteado todas as músicas do Magazine que então tocavam no rádio e na tv.... reza até uma lenda que na mesma época um caminhão bateu na minha cabeça enquanto eu cantarolava "tic tic nervoso"...Três anos mais tarde, no Natal de 86, ganhei dos meus pais um walkman com duas fitas cassetes: uma do RPM e outra do Kid Vinil & Os Herois do Brasil; uma era de um conjunto de pop bonitinho, rock serio etc, e a outra, bem, era de rock elegantemente escrachado, por vezes sacana e muitíssimo bem humorado. Não havia dúvidas, meu coração pulsava melhor na segunda fita.

Em meados de 88, já com 12 aninhos, eu rodava São Paulo toda do modo mais pilantra possível, pulando catraca e por aí segue.... criei coragem e zarpei de Pinheiros até o auditório Franco Zampari, pertinho da estação Tiradentes do metrô, só para assistir a gravação do Programa Boca Livre, da TV Cultura. A primeira vez que eu colei por lá troquei uma ideia com ele que então me falou que tinha material novo pra sair, se não com os Heróis do Brasil [sua parceria com André Cristovam], possivelmente com o Magazine, e de quebra ainda ganhei de presente dele umas revistas Bizz, daqueles especiais de letras traduzidas... por outras vezes mais ainda fui lá ver o Boca Livre :)


Legítimo cavalheiro e por vezes desbocado ["ô Max, manda esse contra-regra chato ir cifudê!!!"], Kid Vinil estava sempre muitíssimo bem humorado. Grande crooner e conhecedor de sonzeragens, muito do meu pequeno conhecimento sonoro devo a seus reviews presentes na extinta revista SomTrês [de uma coleção que aliás resgatei de um lixo também na capital paulista ], tendo inclusive me apresentado oficialmente ao verbete Psychobilly nos idos de '87. Na era digital cheguei a tê-lo no finado orkut e a segui-lo em uns 3 perfis de facebook, mas nada que substituísse uma boa troca de ideias. Mês passado passara mal em Lafayette - por instante pensei: "puta cara sortudo! Foi passar uns dias na Louisiana e certamente vai trazer na bagagem um monte de compactos da Excello"; mas a coisa não era bem assim, já que se tratava um show em Conselheiro Lafaiete, no interior mineiro, ao lado de outros grandes nomes do roque brasuca oitentísta. Foi hospitalizado e todo mundo ficou na torcida para que logo ele se recuperasse e voltasse com tudo, mas pelo jeito não foi desta vez.... hoje o Herói do Brasil se foi para a dimensão sem fronteiras, onde certamente vai encontrar grandes figuraças que tanto admirava e que nos ensinou a curtir.


Segue em Paz, KiD ViNiL
e que ainda possamos nos falar muito mais aí do outro lado...
 

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